domingo, 8 de dezembro de 2013

Depredações e protestos. Até quando?




Protestos e depredações

Estava no metrô dia desses quando vi as seguintes notícias: a primeira dizia que 80% da população brasileira apoiam os protestos que se desenrolaram no país desde a Copa das Confederações. Em seguida, surgiu a segunda noticia que dizia que 93% da população brasileira entrevistada desaprovam os atos de vandalismo praticados pelos black bocks. Procurei me inteirar dessas pesquisas e verificar a veracidade das fontes pesquisadas, constatando que foram pesquisadas mais de dez mil pessoas em todo o país. Logo, é uma fonte de conhecimento que não pode ser desprezada e me faz refletir, pedindo que o amado leitor também assim o faça.
O resultado é muito simples: primeiro, o pacato povo brasileiro, alvo de seguidas investidas dos políticos desonestos, dos corruptos e corruptores, daqueles que pensam que o dinheiro de obras públicas, que as verbas da educação, da saúde, do transporte, da habitação, do saneamento básico, da cultura, da infraestrutura, etc. podem ser desviados a torto e a direito, agora, serão seguidamente e continuamente observados pelo povo brasileiro, motivo pelo qual terão que andar na ilha, caso contrário o povo torna às ruas. Isto é pacífico! Então, aquele outrora povo brasileiro, como ouvimos nas ruas, mais ou menos isto: Uh, Fedeu! O povo apareceu! Embora não tivesse sido bem o Fedeu.... Mostra que a população não está alheia aos acontecimentos e ao menor estado de perigo tornará a ocupar as ruas e apresentará seus protestos.
Protestos legítimos, embora causem transtornos e indagações de alguns, como um colega que os chamou de "bugios", mas, evidentemente, depois de um dia estressante e sem entender o caráter das manifestações, pode-se justificar o momento em que o desabafo foi feito...
De outro lado, a pesquisa é muito clara: o povo brasileiro não quer baderna, vandalismo, criminalidade, desrespeito à ordem, à autoridade, etc. dizendo que esses black bock são, em realidade, como efetivamente o são, criminosos, delinquentes, que não respeitam a coisa pública, os bens públicos, não respeitam a autoridade, não respeitam o Estado e preferem o crime à ordem.
Protestar é lícito e salutar. Quebra-quebra é criminoso.
Na forma como esses indivíduos agem está mais do que claro que são organizadamente criminosos, devendo ser enquadrados - como alguns o foram - no crime de organização criminosa, com inteira razão.
Esse enquadramento me fez lembrar que, quando ainda era Promotor de Justiça em Itapetininga, em 1990, fui procurado por um Delegado de Polícia que mais tarde se tornou Delegado Seccional e hoje ocupa alta esfera entre os "cardeais" da Polícia Civil, dizendo que havia dois grupos de moleques que se reuniam aos sábados e domingos na principal artéria da cidade, a Avenida Virgílio de Rezende, para brigarem entre si. Os grupos "bhemps" e "barrocats" não tinham Internet, não usavam msm, não tinha redes sociais, mas marcaram de brigar por meio de mensagens nos muros, conversas, ligações telefônicas, etc. Havia maiores e menores de 18 anos. As armas eram tchacos, socos-ingleses, pedaços de pau, pedras e invariavelmente todos eram dotados de conhecimentos em artes marciais. Mas a briga não se resumia aos delinquentes, mas eles quebravam o aparecia pela frente para servir de arma e as utilizavam uns contra os outros.
Reuni os elementos necessários, cópias dos inquéritos e processos criminais e ofereci denúncia contra os maiores por formação de quadrilha (era a única tipificarão possível, na época, eis que não se falava em organização criminosa), lesões corporais e porte de armas brancas, que são apenas contravenções penais. Incentivei o meu colega a fazer o mesmo com os menores, e ele assim o fez. O juiz Magin Valência Siota não pestanejou e decretou a prisão dos maiores, como havia pedido. Alguns foram presos imediatamente e outros fugiram, sendo detidos posteriormente. A cidade respirou aliviada, os marginais passaram por uma "prisão terapêutica" e os menores por uma "internação terapêutica na Febem" - que era o inferno na Terra. Como as pessoas eram (e são) diminutas, logo ganharam a liberdade e ninguém mais ouviu falar dos dois grupos de delinquentes "bhemps" e "barrocats". Usei a força também em Atibaia, agora para prender os policiais bandidos. E cidade também respirou aliviada, naquela época. Todos se lembram que fui o responsável direto pelo fechamento de uma clínica de drogados, a qual ficou bom tempo fechada, tendo reaberto somente quando não mais eu era Promotor em Atibaia.
Vejam como é fácil combater o crime organizado. Basta ter inteligência e força de vontade. Coragem para agir. Há determinados postos que exigem pulso firme e determinação, caso contrário os bandidos tomam conta.
A população brasileira da um grande recado aos black bocks: tomara que sejam presos. Se houver inteligência policial, a prisão é questão de tempo. Não é possível que não tenhamos um policial que não gosta de facebook e não tenha condições de colocar as palavras chaves no mesmo e não encontre um punhado de delinquentes, ávidos por agir, para provocar o medo, desrespeitar a autoridade, destruir patrimônios, público e privado. Penso que existe. E puni-los é ponto de honra para a sociedade brasileira, outrora ordeira e pacata, mas agora pronta para os protestos e aguardando as próximas eleições.

















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