sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eliana, não esmoreça na guerra entre CNJ vs. STF

Bem, a briga ficou pública e ninguém mais esconde o ressentimento de ojeriza que existe de lado a lado.
Porém, até agora nem Peluso nem Lewandwisky vieram a público para dizer se receberem ou não os 700 mil, antes dos demais desembargadores... Ao que se sabe, são apenas 17 felizardos que participaram desse banquete... Os outros mais de 340 desembargadores, milhares de juízes, outras milhares de promotores, não tiveram o que mesmo benefício. 
Bem, receberam ou não???? 
Quem são esses 17??? Por que eles foram beneficiados (isto é, se realmente foram beneficiados) e os outros não??? 
Qual o motivo desse tratamento diferenciado???? 
Se houver realmente esses felizardos, a sociedade brasileira quer saber. Ninguém está satisfeito com isso. 
Calar aquele que acusa é o mesmo que implantar um regime totalitarista, não-democrático, próprio dos déspotas e tiranos. 
Se a sociedade foi chamada a participar desse verdadeiro choque de "autoridades" é preciso que aqueles que fizeram isso se tornar público que esclareçam à sociedade brasileira, pois se sabe que houve um pagamento, no mínimo, suspeito.
Ora, ao que tudo indica, a Dra. Eliana Calmon, desde que falou dos "bandidos da toga" vem sofrendo inúmeras represálias daqueles que se julgam atingidos. Ela não disse quem são. Mas sabe quem é. Lógico, mesmo porque uma Ministra do Superior Tribunal de Justiça não é uma acadêmica qualquer, que está querendo "aparecer".
A Corregedora Nacional, com a ciência daquilo que investiga, tem a plena ciência e consciência do que está falando.
Não precisamos ir muito longe: basta ver o "Consultor Jurídico" para ver a quantidade de juízes, desembargadores, ministros e outros conluiados com eles, que perderam seus empregos (quer dizer, receberam um prêmio: aposentadoria compulsória).
Se a Ministra diz que há, os fatos mostram que há, porque querem calá-la.
A pergunta que não quer calar: a quem interessa que ela não investigue?
Outra pergunta: a quem interessa que ela investigue?
Bem, a primeira pergunta é mais complexa. A Segunda é fácil: a sociedade brasileira quer saber mais sobre a "caixa preta" do Judiciário, que parece estar recheada, pois saíram polpudos pagamentos a 17 desembargadores somente, contra 340 que nada viram... Quando Lulla falou da "caixa preta" o mundo veio abaixo, milhares caíram sobre sua cabeça dizendo que ele sim era um perdulário (não estavam errado), mas, (há sempre um "mas") o Lulla, com toda sua falta de instrução, falou o que sabia: há uma "caixa preta" no Judiciário....
O trabalho do CNJ ao longo desse tempo curto de sua existência histórica mostrou um excelente trabalho para a sociedade brasileira. Assim como o Ministério Público fez no início, seu trabalho não foi bem aceito, gerando inúmeras discussões contra o MP... o CNJ segue o mesmo caminho. Centenas - geralmente atingidos pelas investigações - são contra o CNJ. Claro.
Porém, o tempo dirá quem é quem.
Vejam que muitos já se puseram contra a Dra. Eliana.
Porém, Dra. Eliana, não esmoreça. A sociedade está contigo.
Sim, a sociedade brasileira não quer mais saber dessas coisas feitas na surdina, longe dos olhares dos demais brasileiros.
Os Poderes Executivo e Legislativo são alvo constantes da mídia, dos meios de constatação dos desvios.
Agora, não é crível que o Poder Judiciário se coloque acima e longe da fiscalização daqueles que foram alçados, constitucionalmente, à condição de poder investigá-lo, ou seja, o CNJ.
É como se o STF dissesse à sociedade: no Judiciário não há "bandidos da toga". Ora, as decisões falam em sentido contrário!
Se o CNJ nasceu com essa incumbência, não é imaginável que se queiram calar aqueles que tem a missão constitucional de assim o fazer. O CNJ já prestrou grande serviço ao Brasil.
O STF, porém, ao longo do tempo, vem dando azo a cair no conceito da própria sociedade brasileira, sem que uma hora haverá de arcar com as consequências de suas decisões contrárias aos interesses nacionais. Pouco importa que sejam decisões tecnicamente perfeitas, inatacáveis na lógica e na peroração, esquecendo-se que é o Supremo um órgão guardião da Constituição Federal, mas, também, político, eis que suas decisões serão reproduzidas nos mais longes rincões deste país-continental.
Dra. Eliana, peço-lhe: continue firme e intransigente na defesa da Constituição e mais que isso, na defesa da sociedade séria e consciente, ávida por mudanças.
Tem ao seu lado a sociedade brasileira.
Continue firme e vigilante.