domingo, 13 de dezembro de 2009

A PRESSÃO SOBRE O AMBIENTE

Acabou de sair a notícia nos jornais de maior circulação que o Governo Federal pressiona o IBAMA para apressar a concessão de licenças ambientais para a instalação de usinas hidrelétricas no País. (Estadão, 13/12/2009, v.g.). De outro lado, no mesmo periódico, mais adiante, há a notícia do leilão para a implementação de energia eólica, com a possível chegada de fábricas estrangeiras aptas a construção de fábricas com capacidade para a produção de pás que captam os ventos e fazem girar as rodas para a operação de usinas geradoras de energia (grosso modo, explicando).
Nos encontramos diante de dois fatos marcantes.
De um lado o Governo Federal pressionando para a concessão de licenças, que importarão, necessariamente, em desmatamentos, invasão de áreas que alagáveis, remoção de pessoas e animais de seu habitat, etc., enfim, todos nós sabemos da história e os resultados são visíveis e previsíveis... com toda a choradeira posterior, com casas inundadas, pessoas ilhadas, perda de bens e objetos, crianças chorando, etc. etc. etc. etc....
De outro lado, há a possibilidade de renovação da capacidade produtiva de energia no País, com uma fonte nova e moderna, não poluente, que, como novidade, resta uma certa ponta de descrédito, como sói acontecer com o novo e moderno, onde a visão do passado parece mais segura aos avessos à modernidade.
Porém, não me parecer distante a esperança de que teremos a força de um novo mecanismo, limpo e alternativo, para o velho e sucateado sistema energético. É claro que a nova energia eólica pode trazer novos contornos para este continental País, mas imagino que o novo no País, já testado e aprovado em outros países, possa surtir o efeito desejado.
A fábrica alemã de Sorocaba já produz para todos os cantos do Brasil, inclusive para a exportação, o que mostra que a "pressão" governamental sobre o IBAMA, a fim de que aprove as licenças ambientais de desmatamento e implantação de usinas hidrelétricas não é o caminho mais primoroso, do ponto de vista ambiental, eis que o deslocamento de pessoas, remoção de florestas, implantação de novas áreas de alagamento, etc. podem não gerar o resultado esperado.
A energia nova e totalmente gratuita, das gigantescas pás eólicas, no momento  - [pode ser que isto não se mostre viável futuramente] - me parece mais adequado e mais limpo, sob todos os aspectos.
Podem os críticos aduzir que a energia eólica só seria viável em lugares onde a força dos ventos se faz presente, com intensidade, eis que as pás necessitam de grandes rajadas de ventos para produzir energia. Outros, ainda, dirão que se torna impossível a construção de tais "florestas de pás" em regiões onde há florestas, ficando restrito, por isso mesmo, a alguns lugares somente.
No entanto, nada mais falacioso que tais colocações prontas e acabadas, com dicurso tendencioso e insensato. Essas florestas de pás podem ser desenvolvidas em quaisquer áreas, sendo, é lógico, que os locais desmatados os preferíveis, mesmo porque a instalação de tais pás não proibem o aproveitamento das áreas abaixo para a utilização em pastagens, ou pequenas lavouras, que não dependam do crescimento vertiginoso dessas plantações.
Inclusive nos parece que a tecnologia da construção de tais "florestas brancas" não impedem que sejam sobrepostas às próprias florestas, eis que existe distâncias entre as pás e as suas bases que necessitarão de espaços consideráveis para suas implantações, o que não prejudica as florestas nativas. Demanda mais tempo e mais recursos, mas preserva o habitat em sua integridade. Será apenas um novo elemento na composição da floresta natural.
Poderia até dizer que se trata de um verdadeiro "novo elemento"  na floresta natural. É uma ideia e como toda ideia deve ser testada antes de ser simplesmente descartada. Para isso os engenheiros terão que repensar algumas situações: se uma pá pesa "x" quilogramas e tem uma sustentação 'y'. A implantação da mesma pá terá que ter um "x+z" de sustentação, pois a distância do solo será muito maior, sendo certo que terá que ser repensado, também, o local onde será a mesma instalada, como a instabilidade do solo, etc.
Enfim, se o homem chegou à lua; se o homem construiu bombas atômicas, etc., pensando, é óbvio que esse mesmo homem tem a possibilidade de pensar em meios de conseguir atingir os mesmos objetivos de captar energia sem a necessidade de agredir, ainda mais, o ambiente.
Pensemos nas soluções...

Nenhum comentário:

Postar um comentário