quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

funcionários do Tribunal de Justiça "doentes"....

Que o Brasil é uma terra de oportunidades, todo mundo sabe; mas o que tem de oportunistas isto é piada.
Agora descobriram que mais da metade dos funcionários do Poder Judiciário do Estado de São Paulo não tem doença alguma, sendo, pois, considerados como "doentes fantasmas"!
A minha irmã Vera - também funcionária do Poder Judiciário - passou vários anos com doenças na família dela e nela própria, até que decidiu se aposentar, mesmo recebendo muito menos, pois não considerava justa essa situação.
Mas, o que é mais impressionante nesta situação é o despautério de dois funcionários que, ao invés de estarem cuidando de suas 'doenças' estavam fora do País, recebendo dos cofres públicos.
Outra situação: tão logo souberam que o Tribunal iria começar a rever os afastamentos nada menos que 43% dos funcionários 'sararam', assim como por milagre e voltaram ao trabalho.
Como o Tribunal faz bem às pessoas,não?!!!!
Bastou examinar os afastamentos que pimba, houve uma significativa melhora dos "doentes". Incrível, não?!
Não é de se estranhar, pois nestes 33 anos de trabalho diário nos Fóruns de São Paulo e andanças pelos 4 quadrantes deste País já vi e ouvi de tudo um pouco...
Na verdade, o público nada mais faz do que representar o privado: o privado é podre (podem dizer que não, mas é) e o público, que é atacado pelo privado, procura encontrar as 'brechas' e usa o tal 'jeitinho' brasileiro para alcançar seus fins, na grande maioria das vezes, de maneira ilícita.
Deparei com dezenas de situações absurdas.... Dias desses jogando fora os papéis velhos e dando uma geral no meu escritório reli um ofício do Corregedor Geral dizendo que não tomaria atitudes contra um determinado indivíduo porque o mesmo tinha se aposentado!
Na iniciativa privada, o cara sofreria diversas sanções, principalmente as morais, pois não conseguiria nem sentar no banco do igreja, sem que houvesse um olhar de reprovação por parte dos demais circunstantes, conhecedores da situação.
No público, o aposentado ganhou todos os direitos inatos à sua condição e continuou a tripudiar por aí...
É esta a diferença brutal.
Mas se o que detém o poder deixa de tomar atitude, é lógico que o subalterno se vê no direito de fazer o mesmo, cônscio de que não terá que 'prestar contas' futuramente.
E quando se descobrem as verdades, dizem que se trata de um "golpe na Justiça" como afirmou boquiaberto um ilustre e sério desembargador ao jornal "O Estado de S. Paulo" (05/01/2010).
O mais curioso é que se falou por aí que a volta ao trabalho dos funcionários que estavam afastado deve ser considerado como 'sanção'. É uma punição trabalhar?
Na minha ótica, infelizmente, não. É uma obrigação!!!
E desde que é pago com dinheiro público (do Erário), a obrigação é maior ainda, sendo que o afastamento por doença deve ser muito bem demonstrado e analisado quanto tempo, efetivamente, deve o indivíduo ficar afastado do trabalho.
Tem funcionário que tem 'dor de unha' e pede afastamento do trabalho; outro, 'com dor de caspa' acha que não pode trabalhar!!!!
Só que cada um sabe onde toca a sua consciência: já fiz acusação em plenário do Tribunal do Júri com gesso no pé, na mão, no ombro; trabalhei com dores terríveis na coluna; labirintite; depois de ter operado as duas vistas, para correção da miopia; inclusive em situações que não deveria, por recomendação médica, como depois de uma insuficiência cardíaca grave, que me deixou uma semana na UTI.
Conheço outros funcionários exemplares que mesmo nos feriados e finais de semana rendem-se ao trabalho para cumprir com seus prazos. Estes, infelizmente, devem ser punidos, pois voltar ao trabalho é sanção!!!

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