quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Eternas paixões: Palmeiras e São Bento

Hoje vou falar de algo diferente do que tenho escrito: futebol.
Esta paixão brasileira, profana, ensurdecedora, enaltecedora, encantadora, enlouquecedora, etc., etc., etc., etc., etc. e que jamais conseguiria definir o que é ser amante do futebol.
Pouco importa se o jogo é bem jogado, desde que o meu time ganhe. Aliás, meus times. São dois, por duas razões bem claras.
A primeira, a Sociedade Esportiva Palmeiras, ou o Palestra Itália.
Meu pai era palmeirense; assim como meu avô Pasquino, meus tios (menos o 'Tio Paulinho) e minhas tias, meus primos (menos o Nando) e meu bisavô (chamavam-no de 'Migliari') nada mais nada menos foi o primeiro goleiro do "Palestra Itália" e jogou de 1914 a 1916. E o seu irmão 'Arthur' era um dos alfas do Palestra Itália e jogou na mesma época. Daí a origem do meu nome.
Não quero saber se alguém torce pros outros timecos. Tudo lixo!
O bom é o Verdão, o Periquito, o Porco, o Hulk!!!
Ah, mas o jogador "X" deixou o Palmeiras e foi jogar no outro time, que é contra o Palmeiras. Azar dele. Foi pro pior. Na verdade, ele não "deixou" o Palmeiras, foi dispensado pelo Palmeiras... Gize-se! 
Ah, o Palmeiras perdeu. Não! Jamais! Nunca! Deixou de ganhar.
O amor é isso! Não me pergunte por que... É o Palmeiras!!! Sempre!!! E dá-lhe Verdão.
A outra paixão é o São Bento de Sorocaba. O glorioso alviceleste. Curiosamente, também tem o Periquito como símbolo.
Fui criado em Sorocaba e o primeiro jogo profissional que assisti ao vivo e em cores foi São Bento 2x1 Botafogo de Ribeirão Preto, no antigo Estádio Humberto Reale. Eu devia ter uns 9 anos de idade e perturbei ao máximo a minha mãe para que ela me deixasse ir assistir ao jogo com o meu vizinho, que era bem mais velho, o Zé Antonio, filho da Dona Lázara.
O São Bento abriu o placar logo no começo do jogo, com um chutaço da direita, que bateu na trave antes de balançar a rede. Delírio geral!!!
O segundo gol foi no final do primeiro tempo. Outro delírio da torcida... Depois sofremos um gol.
Assisti no Humberto Reale grandes craques desfilarem por lá.
Tentei a carreira de jogador de futebol, ficando no São Bento por vários e vários anos jogando com a molecada.
No fim de semana que tinha jogo eu podia ficar sentado pertinho do campo, onde desfilavam os craques do São Bento e dos outros times. Enéas, Dica, Xaxá, Tatá, com aquele incrível timaço da Portuguesa; Pelé, Clodoaldo, Edu, do Santos; Pedro Rocha e seu toque de bola, do São Paulo. Tinha uns do Corinthians também, mas não marcaram presença. A Ponte Preta e os incríveis timaços que levava terror aos times do interior.
Mas, ver o Palmeiras completo com Leão, Eurico, Luis Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, Cesar Maluco e Nei, era uma verdadeira osquestra. Vi o Ademir da Guia dando aqueles passes magistrais, frente a frente, que leveza, de toque refinado... O Pelé fazia umas jogadas extraordinárias, mas o Ademir da Guia tinha leveza. Parecia que não machucava a grama, eu vi um pique dele que me impressionou.... Aprendi a correr igual a ele, dando passadas largas, que fazia com que levasse vantagem absurda sobre os adversários.
E o glorioso "Bentão" ganhava cada jogo!!!
Um dia o Santo (alguma coisa) chegou, meteu 3 no primeiro tempo. O Bentão virou: 4x3. Fiquei totalmente afônico. Que virada espetacular. Que coisa impressionante.
Enfim: amor pelos meus dois times do coração. Quando jogam fico totalmente repartido.
Prefiro um empate, pois o coração fica dividido mesmo.

Dá-lhe Verdão! Dá-lhe Bentão!

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